Pode apresentar-se brevemente, incluindo percurso pessoal, profissional e
político?
O meu nome é José Henriques, tenho 45 anos, sou licenciado em Ciências Farmacêuticas, pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, e possuo um Mestrado em Logística, pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa. Sou casado e pai de duas filhas, e sou natural de Castelo Branco, onde também resido.
O meu percurso profissional teve início como Farmacêutico Adjunto na Farmácia Nacional em Alcains, tendo depois dedicado mais de uma década à área da distribuição farmacêutica. Durante esse período, exerci funções como Diretor Técnico na Plural-Udifar, Cooperativa Farmacêutica CRL, na Covilhã. Atualmente, sou proprietário e Diretor Técnico da Farmácia Xavier Gomes, localizada em Orvalho, no concelho de Oleiros, função que ocupo há seis anos.
Durante dois mandatos, fui Presidente da Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança, em Castelo Branco, onde tive um percurso desde jogador até presidente, passando por diversas funções nas equipas técnicas e cargos de direção. Após essa experiência, fui ainda Presidente do Conselho Fiscal da mesma associação, até aceitar o desafio de liderar a candidatura da Iniciativa Liberal à Câmara Municipal de Castelo Branco.
Na vertente associativa e institucional, exerço atualmente os cargos de Delegado de Zona da Associação Nacional das Farmácias e conselheiro no Conselho Nacional da mesma Associação. Além disso, sou membro do Conselho Consultivo da Plural-Udifar.
No campo político, sou membro da Iniciativa Liberal desde 2022 e integro, desde 2024, a Mesa do Plenário do Núcleo Territorial da Iniciativa Liberal de Castelo Branco.
O que o motivou a candidatar-se à Câmara Municipal de Castelo Branco?
Sentimos que é a hora de apresentar uma candidatura diferente de tudo o que tem aparecido em Castelo Branco nos últimos trinta anos. Uma candidatura composta por pessoas com vontade e ideias novas para mudar a face do nosso concelho. Uma candidatura com uma frescura nova, sem vícios, sem interesses escondidos e com muitos candidatos que pela primeira vez decidiram integrar uma candidatura política.
Não podemos ser eternamente os cidadãos insatisfeitos e que nada fazem! Somos neste momento cerca de 140 pessoas envolvidas neste projeto, envolvidas nesta candidatura, que quer provar que as ideias liberais, como a liberdade individual, liberdade política, liberdade de expressão, a responsabilidade pessoal, a meritocracia, a transparência e o crescimento económico têm lugar no nosso concelho, na nossa autarquia e nas nossas freguesias!
Sinto que posso ter e ser uma voz ativa e uma postura construtiva para a melhoria das nossas condições de vida, e acima de tudo, sentimos que é a hora de mudar, pois votar sempre nos mesmos e esperar resultados diferentes está visto que não resulta.
Quais são as três prioridades que pretende implementar caso seja eleito(a)?
A primeira e primordial prioridade passa pelo fim da política de ordenados baixos que impera no nosso concelho desde há vários anos, ou até décadas. É imperativo aumentar os vencimentos médios para que todo o poder de compra e o ecossistema económico do concelho cresça e todos possam ganhar. Nesse sentido, é fundamental fomentar a atração de empresas implementadas no mercado e que tragam valor acrescentado ao nosso concelho, em todas as áreas da economia, mas principalmente nas áreas das novas tecnologias de informação e inteligência artificial, entre outras.
Outra das prioridades passa por tornar a autarquia mais transparente, acabar com a opacidade que domina o exercício dos executivos que consecutivamente têm ocupado os lugares do poder local no nosso concelho. É fundamental que os munícipes tenham acesso a toda a informação que possa ser legalmente disponibilizada, e que sejam informados das decisões tomadas em reuniões de executivo e de assembleia municipal. É também fundamental acabar com a burocracia em excesso na Câmara Municipal, tornando-a muito mais ágil e eficiente, menos pesada e menos complicada. A Edilidade deve ser um facilitador em vez de um complicador, deve promover a real implantação de empresas e famílias no nosso concelho e não ser, como tem sido, um bloqueio à fixação de empregos e pessoas no nosso território.
Finalmente, como terceira prioridade, elegemos o aumento da qualidade de vida, através de medidas que visem a segurança, a manutenção contínua das infraestruturas existentes — sejam parques infantis, jardins ou equipamentos públicos e outros —, potenciar a criação de mais e mais diversificadas atividades ao ar livre para todas as idades, o aumento do bem-estar da população idosa e o acesso real à saúde de toda a população. Também o ambiente não será esquecido, com medidas que visem práticas sustentáveis e que aproveitem todas as oportunidades de melhoria económica que a transição verde obriga e potencia.
Que medidas planeia para o desenvolvimento económico e a criação de emprego no município?
Essencialmente, através de duas formas distintas, mas complementares. Uma é a atração de empresas já implementadas no mercado, de áreas que sejam de alto valor acrescentado e que paguem ordenados elevados. Esta atração terá de ser feita de forma proativa, através da presença em feiras empresariais, da atração e realização de eventos nacionais dedicados às start-ups e à inovação e através da criação de um grupo de trabalho que terá como missão fomentar esta captação de investimento empresarial, acompanhando os empresários e sendo o elo de ligação à Câmara Municipal de Castelo Branco. Fundamental será também uma diminuição de toda a burocracia existente para licenciamentos e medidas de redução fiscal que sejam atrativas para a fixação de empresas.
Na outra vertente, queremos potenciar a retenção e captação de talento jovem que promoverá o desenvolvimento económico e a criação de emprego. Nesse sentido, propomos uma verdadeira requalificação e expansão do atual CEI, através da criação de um Centro de Inovação e Tecnologia, com mais salas de coworking e laboratórios de desenvolvimento e investigação, ou através da criação de bolsas municipais de fomento ao empreendedorismo. Queremos também ter uma presença ativa em feiras universitárias e de emprego para promover as oportunidades criadas em Castelo Branco. Parcerias com fundos de capital de risco nacionais e estrangeiros para a atração de investimento para os projetos e empresas locais é também uma medida que queremos implementar.
Como pretende melhorar áreas como educação, saúde, mobilidade e transporte?
Queremos melhorar o parque escolar, dando às escolas do concelho as condições dignas e mínimas para que o ensino se possa fazer nas melhores condições possíveis. Queremos também melhorar a definição das AEC’s e fomentar a sua maior interligação com as instituições de ensino do nosso concelho.
Melhorar os cuidados de saúde dos cidadãos do concelho de Castelo Branco passa sobretudo por melhorar o acesso de toda a população e diminuir a pressão junto da ULS de Castelo Branco. Nesse sentido, queremos incentivar a criação de hospitais privados no nosso concelho, como já acontece, por exemplo, no concelho da Covilhã.
Os concelhos acabam por competir uns com os outros para a fixação de profissionais de saúde competentes. Faz sentido pugnar junto dos municípios envolvidos e do Estado Central pela criação da Unidade Local de Saúde da Beira Interior, que juntaria as ULS de Castelo Branco, Covilhã e Guarda, abrangendo mais de 320.000 utentes, com mais força para atrair profissionais qualificados e abrir especialidades médicas inexistentes no interior do país.
Ainda na saúde, queremos reduzir a necessidade de internamento em lares, promovendo a autonomia e conforto das pessoas mais idosas através da criação de um banco de equipamentos de assistência reutilizáveis, como camas articuladas, cadeiras de rodas, colchões anti-escaras, entre outros.
Relativamente à mobilidade, iremos também usar toda a influência junto do estado central para finalizar a construção do IC31, infraestrutura importantíssima para a ligação à vizinha Espanha.
No que aos transportes diz respeito, pretendemos reestruturar a mobilidade pública do concelho. Consideramos que a rede atual não serve os interesses dos cidadãos: é demasiado pesada, pouco ágil e muito poluente. Nesse sentido, pretendemos tornar a rede mais ágil, mais frequente e com veículos mais amigos do ambiente, menos poluentes.
Queremos também promover um reforço e reorganização da sinalização rodoviária no centro da cidade e estudar a viabilidade da criação de transportes exclusivos para cuidados de saúde não urgentes para a população idosa, permitindo deslocações mais cómodas e céleres à sede de concelho.
Que iniciativas propõe para cultura, desporto e lazer em Castelo Branco?
No que à cultura diz respeito, pretendemos promover a arte urbana como forma de valorização cultural e patrimonial e a criação de um Museu Popular em Castelo Branco, onde qualquer artista local poderá expor o seu trabalho. Queremos também dinamizar a cultura local, através da maior integração nas AEC’s, para que os mais novos possam usufruir de mais e melhor cultura e que possam, um dia, ser jovens e adultos que consumam cultura e a tornem mais sustentável. Queremos ainda criar um programa de fidelização e mecenato nos museus municipais.
A nível desportivo, iremos propor a criação do Centro de Alto Rendimento Desportivo de Castelo Branco e implementar o “movimento +60”, um programa que permita aos munícipes com mais de 60 anos integrar-se em atividades de saúde e bem-estar, através de parcerias com os ginásios da cidade e com associações desportivas do concelho.
Queremos reabilitar a zona de lazer e a lagoa, um espaço premium da cidade que está abandonado há vários anos e que, bem aproveitado, tem tudo para ser um espaço de lazer por excelência do nosso concelho. Queremos também criar um parque verde no Vale da Europa, com equipamentos que possam ser utilizados pela comunidade, como grelhadores, zonas de piqueniques, minigolfe e jogos clássicos como a malha.
Qual a sua visão para a sustentabilidade e proteção ambiental na cidade?
Temos como objetivo a criação do programa “Sombra para Todos”, que visa promover a criação de mais espaços verdes no concelho e a criação de abrigos climáticos para proteger a população das constantes ondas de calor derivadas das alterações climáticas.
É nossa intenção modernizar a frota automóvel do município e serviços municipalizados para que, até 2033, seja 100% verde. É importante também implementar soluções de eficiência energética e de autoconsumo em todos os edifícios do município, de forma a reduzir gastos energéticos.
Outro ponto essencial é a criação do Fundo Verde Ambiental, um programa em que a Câmara Municipal promove empréstimos sem juros às famílias e associações do concelho para instalação de equipamentos de eficiência energética. Posteriormente, estes pagam uma mensalidade nunca superior à poupança gerada pelo equipamento instalado.
Qual considera ser o maior desafio que Castelo Branco enfrenta atualmente?
Para nós, o principal desafio prende-se com a questão de termos um vencimento médio muito baixo comparado com a média nacional e até com a média dos concelhos mais desenvolvidos do distrito e da região. Isso faz com que todo o ecossistema económico se ressinta e todos os setores sofram consequências.
Com vencimentos superiores, aumenta o poder de compra e a faturação dos pequenos e médios negócios, ganhando toda a população, o comércio, a indústria e a habitação. Esse é o desafio que temos urgentemente de resolver.
Se pudesse mudar apenas uma coisa na gestão do município, qual seria e porquê?
A opacidade e a democracia incompleta que vivemos no concelho. Muitas decisões da Câmara Municipal são tomadas sem que a população possa opinar de forma verdadeira e democrática. A falta de transparência faz com que os cidadãos cada vez mais se afastem dos centros de decisão e deixem de confiar nas instituições públicas.
Queremos mudar este estado de coisas, tornando a Câmara verdadeiramente aberta a todos e transparente, com auditorias de 4 em 4 anos, verdadeira transparência das contas e das decisões, e uma democracia aberta a todos os quadrantes políticos da sociedade.
Como pretende aproximar a Câmara Municipal dos cidadãos e promover a participação ativa da população?
É nossa intenção que os cidadãos estejam cada vez mais no centro da tomada de decisão política. Pretendemos descentralizar as reuniões de executivo e de assembleia municipal para as sedes de freguesia e associações, inclusive em horários pós-laborais, para que mais pessoas possam intervir e fazer ouvir os seus anseios e preocupações.
Também é fundamental a criação de um Orçamento Participativo Municipal, para que os munícipes possam decidir onde parte do orçamento da autarquia será implementado.
Outra medida que promove a participação ativa dos cidadãos é a criação do voucher associação, em que uma pequena parte do valor cedido às associações anualmente é convertido em voucher distribuído aos munícipes. Cada munícipe escolherá a associação à qual quer doar esse valor ou usar em serviços que a associação presta. Queremos desenvolver ainda mais o movimento associativo e permitir que os cidadãos tenham real poder de decisão sobre quais associações devem ser mais financiadas.
Que mensagem gostaria de deixar aos cidadãos de Castelo Branco que vão decidir o futuro da cidade?
A Iniciativa Liberal apresenta-se a estas eleições autárquicas com a intenção de melhorar significativamente a qualidade de vida dos albicastrenses, através de políticas voltadas para o desenvolvimento, o progresso e a transparência.
Somos uma equipa multifacetada, dinâmica, com profissionais de diversas áreas, muito motivados para mudar completamente o rosto do nosso concelho, tornando-o mais atrativo, dinâmico, justo e moderno.
Os nossos candidatos apresentam um misto de juventude e experiência, trazendo ao concelho e às freguesias novas dinâmicas, frescura e total compromisso com a transparência e a seriedade políticas.
Esse é o nosso compromisso: acelerar Castelo Branco, romper com o conformismo e devolver aos albicastrenses o orgulho de viver neste território. O futuro de Castelo Branco não pode esperar; exige ambição, coragem e determinação, e nós estamos preparados para fazer esse caminho.